Detenção de jornalista australiana na China aumenta tensão entre os dois países
A detenção de Cheng Lei, jornalista do canal de televisão chinês em língua inglesa CGTN, veio aumentar as tensões entre Pequim e Camberra.
A jornalista australiana Cheng Lei, que trabalhava no canal internacional da emissora estatal chinesa CGTN há oito anos, foi detida em Pequim, de acordo com uma “notificação formal” recebida pelo governo australiano.
Num comunicado divulgado ontem à noite, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne, revelou que a detenção ocorreu há duas semanas e que diplomatas australianos falaram no dia 27 de Agosto com Lei através de uma videoconferência.
“Comentários adicionais não serão feitos devido às obrigações de privacidade do governo”, lê-se ainda no comunicado.
As autoridades chinesas não comentaram publicamente o caso, não sendo para já conhecidos mais detalhes sobre o sucedido. No entanto, a detenção acontece num momento de tensão entre a China e a Austrália. Depois de Camberra ter iniciado uma investigação à origem da pandemia do novo coronavírus, Pequim respondeu com a imposição de restrições comerciais. Esta segunda-feira, a China anunciou ainda uma investigação às importações de vinho australiano.
O canal de televisão australiano ABC noticiou que Cheng Lei se encontra em “vigilância domiciliária em localização designada”, uma medida que permite às autoridades chinesas manterem pessoas detidas até um período de seis meses, sem visitas de familiares ou advogados.
Cheng Lei nasceu na China, mas cresceu na Austrália. Foi aí que trabalhou na área das finanças até se mudar para Pequim e começar uma carreira ligada ao jornalismo.