Activista Nathan Law anuncia que se mudou para Londres
O activista pró-democracia estabeleceu-se em Londres, na sequência da aprovação da lei de segurança nacional em Hong Kong.
Nathan Law tornou-se o primeiro exilado depois da aprovação da lei de segurança nacional, mas o paradeiro do activista pró-democracia manteve-se até agora desconhecido. Mais de uma semana depois de deixar Hong Kong, Law anunciou ao mundo a cidade onde escolheu viver. “Com a minha mochila e uma pequena mala na mão, embarquei no meu voo nocturno. Não fazia ideia do que estava à minha espera. Só uma coisa parecia certa. O meu destino: Londres”, escreveu Law numa mensagem no Twitter.
O activista e co-fundador do partido pró-democracia Demosisto deixou Hong Kong na sequência da entrada em vigor da nova lei de segurança nacional. Um dia após a aprovação do diploma, o Demosisto foi dissolvido, depois de também Nathan Law e outros dois membros fundadores, Joshua Wong e Agnes Chow, terem anunciado a saída da plataforma política. O Demosisto foi fundado em 2016, na sequência da revolução dos guarda-chuvas (umbrella revolution), um movimento pró-democracia que ocupou o coração político e financeiro da cidade ao longo de 79 dias.
Law anunciou que ia deixar Hong Kong dois dias depois de testemunhar à distância, via internet, numa audiência do congresso norte-americano sobre a nova legislação imposta por Pequim. “Falei sobre a ilegalidade do regime na esperança de que o mundo não esqueça o que está a acontecer em Hong Kong. Claro que eu sabia que o meu discurso nesta audiência colocaria a minha própria segurança em sério perigo, dadas as circunstâncias”, justificou na altura o activista.
Apesar de se encontrar longe da região administrativa especial chinesa, Nathan Law admite que continua envolvido no movimento pró-democracia: “Nestes dias, tenho falado com vários repórteres desde o pequeno apartamento onde actualmente me encontro. Há uma mensagem que transmito sempre: os Hong Kongers nunca vão desistir. Não estamos quebrados. Pelo contrário, estamos bem equipados para enfrentar a próxima batalha difícil”, escreveu o activista no Twitter.
A nova lei de segurança nacional de Hong Kong proíbe actos de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, e ainda roubo de segredos de estado e a organização de actividades com organizações políticas estrangeiras que ponham em causa a segurança do Estado.
A iniciativa legislativa tem sido amplamente criticada pela ala pró-democracia de Hong Kong e pela comunidade internacional, que receiam a gradual erosão dos direitos e liberdades da população do território.
Foto de destaque: Free-Photos (Pixabay)