Antiga professora de escola de elite acusa Xi Jinping de “matar um partido e um país”
Cai Xia, expulsa esta semana do Partido Comunista Chinês, acusa o presidente Xi Jinping de estar a “matar um partido e um país”.
A professora chinesa reformada Cai Xia foi expulsa esta semana do Partido Comunista Chinês (PCC), dois meses depois de ter sido tornada pública uma gravação em que criticava o presidente Xi Jinping. Nesse áudio, a antiga docente do colégio de elite Escola Central do Partido, a viver nos Estados Unidos, acusa Xi de ser “um chefe da máfia” e de “matar um partido e um país”.
Num comunicado citado pelo jornal The Guardian, o estabelecimento de ensino, onde Cai Xia leccionava desde o início dos anos 1990, afirmou que a professora proferiu comentários que “danificavam a reputação do país” e que estavam repletos de “problemas políticos graves”.
Ainda numa entrevista concedida ao jornal britânico, Cai Xia admitiu estar “feliz por ter sido expulsa”.
“Acredito que não sou a única a querer abandonar o partido. Mais pessoas gostariam de sair”, disse a dissidente, notando que já o queria ter feito há dois anos por “não haver espaço para falar”.
“Sob o regime de Xi, o Partido Comunista Chinês não é uma força do progresso para a China. De facto, é mesmo um obstáculo ao progresso” do país, afirmou.
À publicação britânica, Cai revelou ainda que há uma ampla oposição a Xi Jinping no seio do partido, embora poucos tenham coragem de o afirmar, com receio de sofrerem retaliações. Neste ambiente, o poder “sem ilimitado” do líder chinês permitiu que se cometessem graves erros no combate à pandemia da covid-19.