Hong Kong faz primeiras detenções após aprovação da nova lei de segurança nacional
Pelo menos sete pessoas foram hoje detidas no âmbito da controversa lei de segurança nacional. Na sequência das manifestações de mais um aniversário da transferência de soberania de Hong Kong para a China, proibidas este ano pelas autoridades, foram detidas ainda cerca de 180 pessoas.
As autoridades de Hong Kong já fizeram as primeiras detenções no âmbito da lei da segurança nacional, aprovada ontem por Pequim e que entrou hoje em vigor na região administrativa especial. “Mais de 180 pessoas foram detidas por participar em reuniões não autorizadas, por conduta desordeira, por posse de armas letais e outras ofensas, incluindo sete pessoas suspeitas de violar a lei de segurança nacional”, escreveram as autoridades policiais de Hong Kong no Twitter.
A região celebra hoje 23 anos desde a transferência de soberania para a China. A população saiu à rua para as habituais manifestações de 1 de Julho, embora as autoridades tenham este ano proibido os protestos, alegando razões de saúde pública. A polícia utilizou canhões de água e gás pimenta para dispersar grupos de manifestantes em Causeway Bay, ainda segundo a RTHK, que referiu ainda que as forças policiais bloquearam algumas vias e revistaram pessoas na rua.
No início da tarde foi feita a primeira detenção no âmbito da lei. Trata-se de um homem que tinha em sua posse uma bandeira pró-independência. Numa das fotografias partilhadas pelas forças policiais da região, pode ver-se uma pessoa com com uma t-shirt a dizer “Libertem Hong Kong”.
De acordo com a nova lei de segurança para Hong Kong, os crimes de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças externas podem ser punidos com a pena máxima: prisão perpétua. Pequim vai, além disso, estabelecer um gabinete de segurança em Hong Kong com os próprios agentes, que não vão estar sob a jurisdição das autoridades locais. Este gabinete pode enviar casos para a China continental para aí serem julgados.
A iniciativa legislativa tem sido amplamente criticada pela ala pró-democracia de Hong Kong e pela comunidade internacional, que receiam uma gradual erosão dos direitos e liberdades da população do território.
Ontem, na sequência da aprovação do diploma, o partido pró-democracia Demosisto anunciou a sua dissolução, depois dos membros fundadores, Joshua Wong, Nathan Law e Agnes Chow também terem anunciado a saída da plataforma política de Hong Kong.