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China adia demolição de mesquita depois de manifestações

August 14, 2018

China adia demolição de mesquita depois de manifestações

O governo chinês decidiu adiar a demolição de uma mesquita em Weizhou, na região autónoma de Ningxia, após vários dias de manifestações.

Milhares de pessoas saíram às ruas na semana passada para impedir a demolição daquele templo religioso. A ordem de demolição das autoridades chinesas é vista como uma tentativa de restringir a liberdade religiosa dos muçulmanos.

Nos dias de protesto, os serviços de internet e de 4G dos telemóveis deixaram de funcionar num raio de cerca de 10 quilómetros à volta do local onde se realizaram as manifestações. As palavras “Mesquita de Weizhou” desapareceram do Weibo, rede social chinesa semelhante ao Twitter.

Na semana passada foi emitida uma ordem governamental para demolir o edifício. De acordo com o documento, a recente reconstrução da mesquita teria sido feita sem a devida autorização. Nos últimos dois anos a estrutura foi reconstruída e a fachada foi modificada, abandonando uma aparência de templo budista por um design árabe, com cúpulas e crescentes lunares, pode ler-se num trabalho da agência AFP.

O islão é uma das religiões reconhecidas oficialmente na China. A pressão das autoridades chinesas tem vindo a intensificar-se com a imposição de maiores restrições a manifestações de expressão religiosa.

De acordo com notícias veiculadas nos últimos meses, em Xinjiang, no Noroeste do país, a situação tem vindo a agravar-se com as autoridades chinesas a serem acusadas de  discriminação e de enviarem muçulmanos uigures para campos de reeducação em nome do combate ao extremismo religioso e da estabilidade do país.

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Mesquita em Kashgar, Xinjiang, China/ FOTO: Extramuros
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