30 anos revista MACAU: Artistas dão cartas em Singapura
Ung Vai Meng, Carlos Marreiros, Kwok Wun, Mio Pang Fei, Un Chi Iam e Victor Hugo Marreiros são hoje nomes sobejamente conhecidos na cena artística local. Mas há 28 anos, ainda a fama não ia tão alta, e os seis elementos, que faziam parte do Círculo dos Amigos da Cultura, apareciam numa reportagem, publicada na edição de Julho de 1989, na revista Macau.
O grupo ganhou destaque depois uma bem-sucedida exposição, que decorreu nesse mesmo ano, no Museu Nacional de Singapura. A colectiva, que se chamava Macau Contemporary Artists, era considerada, no artigo publicado, por um antigo professor do Colégio de Belas Artes da Universidade de Xangai e então decano das artes radicado em Singapura, Liu Kang, “a melhor mostra estrangeira de pintura nos últimos anos em Singapura”.
O Círculo dos Amigos da Cultura era composto por artistas com estilos e escolas bem diferentes. Sobre Macau e o rumo artístico que parecia estar a trilhar, dado o sucesso da exposição colectiva, um dos seus elementos referia: “Sendo uma cidade cultural que produziu no passado artistas como Tomás de Aquino, Barão do Cercal, um Gastão Borges (em arquitectura) ou um Marciano António Baptista, para só referir aqueles que aqui nasceram e continuaram a viver, e possuindo Macau o mais antigo teatro clássico de prática europeia (portuguesa), bem como tradições no conto erudito, na poesia e no bailado, tinha de sair da sua letargia visto que este território tem vindo a atravessar um período de grande prosperidade e estabilidade económica.”
Revista MACAU, Série I, Julho, 1989
[Este texto faz parte de uma série do Extramuros em que se recuperam alguns dos momentos que marcaram as três décadas da revista MACAU, uma das mais antigas publicações em língua portuguesa ainda em circulação]
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