Nova unidade policial detém quatro activistas ao abrigo da lei de segurança nacional
Entre os quatro detidos, encontra-se Tony Chung, antigo líder do grupo pró-independência Studentlocalism.
Quatro jovens activistas de Hong Kong foram detidos, esta quarta-feira, ao abrigo da nova lei de segurança nacional. “Três homens e uma mulher, com idades entre os 16 e os 21 anos, que dizem ser estudantes, foram detidos por violarem a Lei de Segurança Nacional. São suspeitos de secessão por defenderem a independência de Hong Kong”, escreveram as autoridades policiais nas redes sociais sobre os quatro ex-membros do Studentlocalism, um grupo pró-independência, dissolvido na sequência da entrada em vigor da nova lei de segurança nacional.
“Eles dizem que querem estabelecer a República de Hong Kong”, disse ontem à noite, numa conferência de imprensa, Li Kwai-wah, superintendente da nova unidade responsável por fazer cumprir a lei de segurança nacional. O responsável afirmou ainda que os suspeitos “anunciaram nas redes sociais o estabelecimento de uma organização que defende a independência de Hong Kong”.
Esta organização é, segundo o jornal South China Morning Post, a ‘Iniciativa Partido para a Independência’, que, nas redes sociais confirmou que entre os detidos está o antigo coordenador do Studentlocalism Tony Chung.
As quatro detenções ocorreram um dia depois de ter sido noticiado o afastamento do académico e activista pró-democracia Benny Tai da Universidade de Hong Kong. O professor de Direito, que esteve detido no ano passado por três meses, foi o impulsionador do Occupy Central, um movimento que gerou o protesto de grande escala de 2014, conhecido como a “Revolução do Guarda-Chuva”, que paralisou a cidade ao longo de 79 dias.
Este afastamento “marca o fim da liberdade académica em Hong Kong”, escreveu Benny Tai no Facebook.
Foto: Manifestações contra a Lei de Segurança Nacional, Maio 2020/ DEPOSITPHOTOS (Paul Wong Kwan)