ONG avança com acção judicial contra autoridades de Guangxi por falharem protecção de pangolins
Uma organização ambiental interpôs uma acção judicial contra as autoridades florestais e o Centro de Resgate de Animais Selvagens de Guangxi por negligência na protecção de 32 pangolins, que entraram na China através de uma rede de contrabando.
Este é o “primeiro processo judicial do género”, escreve o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), referindo-se ao envolvimento de espécies ameaçadas de extinção.
A acusação foi conhecida esta segunda-feira, numa sessão no tribunal de Nanning, capital da Região Autónoma Zhuang de Guangxi.
A Fundação do Desenvolvimento e Preservação da Biodiversidade, organização não-governamental baseada em Pequim, defende que após a operação de resgate dos pangolins, em Agosto de 2017, se ofereceu para receber os 32 mamíferos, mas que as autoridades recusaram a proposta. Os animais acabaram por morrer em 66 dias. A fundação reclama agora o pagamento de uma indemnização por perdas ecológicas causadas pela morte dos animais e ainda um pedido de desculpas público.
Zhang Zhenqiu, director-executivo do departamento de protecção florestal de Guangxi disse ao jornal The Beijing News, citado pelo SCMP, que a acusação não passa de “propaganda exagerada”, referindo que os animais apresentavam baixa imunidade e sinais de stress após a viagem do Vietname. Salientou ainda que os pangolins apresentavam sinais de maus-tratos e doenças do sistema digestivo por terem sido alimentados à força, salienta ainda a publicação diária de Hong Kong.
Os pangolins estão entre os mamíferos mais traficados do mundo e um dos destinos preferenciais das redes de tráfico é a China, onde as escamas do animal são utilizadas na medicina tradicional e a carne é considerada um alimento de luxo.
De acordo a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, as oito espécies de pangolins existentes no mundo encontram-se ameaçadas, com classificações que variam entre as categorias “vulnerável”, “em perigo” ou “em perigo crítico de extinção”. O pangolim chinês encontra-se nesta última categoria.