China e Vaticano assinam acordo para reconhecimento da autoridade do Papa
O Papa passa a ter direito de veto sobre a nomeação dos bispos na China e Pequim reconhece a autoridade do Vaticano. Na sequência da decisão, Francisco anulou a excomunhão de sete bispos nomeados por Pequim.
A Santa Sé e Pequim assinaram este sábado (22) um acordo provisório sobre a nomeação de bispos na China. Pequim passa a reconhecer a autoridade do Papa e a Santa Sé decide sobre a nomeação de bispos. O entendimento vem colocar um ponto final à existência de duas igrejas paralelas na China – a oficial, que contestava a autoridade de Roma, e a clandestina, fiel ao Papa.
O Papa Francisco reconheceu entretanto oito bispos – um deles a título póstumo – nomeados por Pequim.
O acordo já foi criticado por vários católicos chineses. Entre eles, encontra-se o cardeal Joseph Zen. “É uma enorme traição”, reagiu o antigo arcebispo de Hong Kong, que tem liderado uma das frentes de oposição ao entendimento. Zen defende que a decisão é uma afronta a todos os católicos que sofreram ao seguir Roma durante anos de perseguição.
Com carácter experimental de dois anos, este pacto diz respeito apenas à questão religiosa e não prevê o restabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Vaticano, interrompidas em 1951, dois anos após a subida de Mao Zedong ao poder.
Outro motivo de desentendimento entre as duas partes é Taiwan, que o Vaticano reconhece como país independente.