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A Torre de Cantão e a poesia de Bai Juyi

January 2, 2017

A Torre de Cantão e a poesia de Bai Juyi

Xiao Man Yao é uma expressão elegante sobre a cintura fina das mulheres. É muito utilizada na língua chinesa mas muitos dos que a usam desconhecem a sua origem”, diz-me Yu Yin.
Na verdade a expressão remonta aos tempos de Bai Juyi (白居易), um muito popular poeta da dinastia Tang (618-907). Quase contemporâneo de outros poetas famosos da mesma dinastia – como Wang Wei (), Li Bai (李白) Du Fu (杜甫) – Bai Juyi, que viveu entre 772 e 846, ocupou cargos públicos e deixou uma vasta obra poética.
Bai tinha duas criadas, uma chamada Fan Su (樊素) e outra Xiao Man (小蛮).
Um dia ele escreveu樱桃樊素口,杨柳小蛮腰(‘Os lábios de Fan Su parecem cerejas, a cintura de Xiao Man é como um ramo de salgueiro’), deixando assim em poesia a beleza que via nelas.”
A expressão 小蛮腰 xiao man yao quer dizer portanto (literalmente), “a cintura de Xiao Man”, que o poema compara a um ramo de salgueiro. Mas hoje em dia ela é utilizada quase como uma expressão idiomática coloquial para referir a beleza feminina.
Quando a Torre de Cantão foi inaugurada, aos habitantes de Cantão, tocados pela invulgar elegância com que a construção se erguia para os céus, ocorreu logo a expressão xiao man yao. Assim passou a ser mais fácil distingui-la de outras torres, das tantas que Cantão já tem…

Ler também:
O poema de Bai Juyi

3 Comentários
  1. […] A Torre de Cantão e a poesia de Bai Juyi […]

  2. Luís Ortet

    Caro António Graça de Abreu, bem-vindo! Sem dúvida que essa sua tradução do Bai Juyi é um retrato importante da cultura chinesa, e cá por mim torço por que o Instituto Cultural se lembre de fazer uma nova edição - o livro está mais que esgotado... Vá seguindo esta conversa em torno da torre de Cantão e do poeta Bai Juyi - iremos citar passagens do seu livro. Um Bom Ano para si também!

  3. António Graça de Abreu

    Meu caro Luís Ortet. Obrigado pelo avançar em mais um grande poema de Bai Juyi. A minha tradução dos Poemas de Bai Juyi, de 1991, continua, continuará a dar-nos o que de melhor a China tem. Abraço, Bom Ano, António Graça de Abreu

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